No último dia 5 de abril foi celebrado o Dia do Filho. Confesso que, até este ano, a data tinha passado despercebida para mim. Mas este ano chamou-me atenção e, obviamente, fui dar uma pesquisada.

Por que 5 de abril celebra-se o Dia do Filho?
O Dia do Filho é comemorado em 5 de abril e em 23 de setembro. Embora não sejam datas oficiais, as duas comemorações têm tido alguma adesão popular. Não há um consenso para a escolha da data 5 de abril aqui no Brasil.

Porém, o que importa é que esta data tem o intuito de celebrar o vínculo entre pais/mães e filhos/filhas. É ou não é uma excelente razão?

A importância dos laços afetivos
Os laços afetivos entre pais/mães e filhos/filhas são criados e fortalecidos principalmente no dia a dia. E isso é fundamental para a criança a crescer saudável e feliz.

Ou seja, é com o convívio que os pais estabelecem conexões mais duradouras e profundas com os filhos. Por exemplo, um estudo realizado na Universidade de Michigan (Estados Unidos) mostrou que crianças com pais participativos demonstram mais autocontrole e habilidade de cooperação, confirmando que o vínculo entre pais e filhos tem influência no desenvolvimento social das crianças.

Assim, o importante é estabelecer uma relação real com os filhos, baseada na presença e na confiança. E esse laço pode ser muito mais forte do que aquilo que imaginamos.

Os Esquecidos? Os pais e mães nunca esquecem
E isso me remeteu há um filme muito antigo, chamado Os Esquecidos (The Forgotten) de 2004. Ele tem no seu elenco a incrível Julianne Moore no papel de Telly.

Basicamente, a história é a seguinte: Telly Paretta perdeu seu filho Sam, de oito anos de idade, em um acidente aéreo, deixando-a fortemente atormentada com lembranças do passado.

Enquanto se recupera da tragédia, o seu psiquiatra diz que ela nunca teve filhos e que Sam foi apenas uma invenção de sua cabeça após um aborto.

Não aceitando a versão do psiquiatra, Telly tenta achar evidências que provem que Sam tenha existido algum dia, porém todas as fotos, vídeos e álbuns pessoais desaparecem.

Telly começa a acreditar que está realmente louca até que conhece outro pai que também perdeu sua filha no mesmo acidente aéreo que matou Sam. Os dois começam então uma busca com o objetivo de provar a existência das crianças e encontrar seu paradeiro.

Não vou entrar aqui em spoilers, mas o final é incrível, com uma grande reviravolta. Basicamente, o filme mostra que os laços que ligam as mães/pais aos filhos são extremamente fortes, passando por áreas do nosso inconsciente que ninguém conhece de verdade.

Dona Madalena: os laços que nunca se desfazem
Já contei aqui a história de Dona Madalena, uma paciente que perdeu seu filho Rafa em um acidente de carro.

Contei sobre sua dor e ressignificação. Fazendo essa reflexão sobre o Dia do Filho, lembrei da força desta mulher. A família optou por fazer a doação dos órgãos do Rafa.

Na época, dona Madalena (ela preferia ser chamada de Madá) explicou: “Rafa era o nosso caçula. Filho carinhoso, dedicado, feliz… Quando tudo aconteceu, achei que meu mundo tinha acabado. Fiquei durante meses muito, muito triste. Até que recebi uma carta (sim, carta, como aquelas que não se escrevem mais). Era de uma outra mãe. O seu filho tinha recebido o coração do Rafa. Ela me escreveu contando, sob o ponto de vista de uma outra mãe, como o meu filho (e a decisão da família em autorizar que os órgãos fossem para transplante) tinha salvado o filho dela. Na carta, ela tentou mostrar que, em meio a tanto sofrimento que estávamos vivendo, o Rafa foi amor, foi luz e esperança”.

Acho que este sentimento reflete muito o que se pretende celebrar com a data: o poder dos vínculos. Vamos cultivá-los no nosso dia a dia, em cada encontro familiar, em cada telefonema… Vamos ser gratos por cada abraço e por cada beijo.

Por isso, meu amigo e minha amiga, qual é minha provocação para este final de semana: telefone para o seu filho/filha e apenas diga o quão ele é importante para você e quanto você o ama! Apenas isso.

Bom final de semana!