Separar-se do celular, mesmo que seja por alguns instantes, já se tornou quase um sacrifício para muita gente. Não é raro que, ao longo de uma consulta, o aparelho do paciente toque ou, pelo menos, notifique alguma mensagem.

Nesta semana, um desses pacientes entrou em minha sala com o telefone nas mãos, tentando responder a uma mensagem enquanto ainda me cumprimentava. Durante nossa conversa, reparei que o aparelho voltou a emitir sinais repetidas vezes. Finalmente o paciente sacá-lo do bolso e silenciá-lo.

– Peço desculpas – disse ele, constrangido. – Mas é que estou organizando as atividades do nosso piquete no Acampamento Farroupilha, e tudo a gente resolve pelo celular.

Achei curiosa a justificativa. Um piquete, criado para celebrar tradições que remontam a um passado longínquo, apoia-se nas mais modernas tecnologias do presente para se concretizar.

– Parece que a tecnologia se tornou uma aliada da tradição – comentei.

Empolgado, o paciente voltou a tirar o celular do bolso, exibiu rapidamente a interminável troca de mensagens do seu grupo de CTG, convites digitais para atividades e até uma maquete eletrônica do piquete.

– É um trabalho que une pessoas de diferentes cidades. Se não fosse isso aqui, não sei se conseguiríamos dar conta do recado – conclui, balançando o telefone.

É curioso como algumas coisas são insubstituíveis. O ato de celebrar nossas tradições é uma delas. A tecnologia, que poderia trazer novidades para minar o interesse das pessoas por nosso passado, tornou-se mais uma aliada nos festejos farroupilha. O futuro avança em harmonia com o passado.

É o mesmo que acontece na odontologia. Por mais que a tecnologia avance, nada substitui a necessidade humana de alcançar um sorriso equilibrado e funcional. O desenvolvimento de técnicas e materiais evolui diariamente para tornar acessível a um maior número de pessoas a cura de dores e um sorriso com proporções graciosas – proporções que vêm sendo estudadas pelo menos desde o Renascimento, como prova o Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, rascunhado em 1490.

Aqui na OdontoMengarda, trabalhamos com projetos digitais de tratamentos, escaneamento tridimensional não só de dentes, mas de todas as estruturas faciais, bem como conseguimos medir a distribuição do esforço mastigatório de forma precisa para fabricação de próteses sobre implantes, por exemplo, que ficam esteticamente adequados a qualquer paciente. Além de materiais biocompatíveis de última geração nas reabilitações cirúrgicas, entre muitos outros recursos com tecnologia de ponta. Mas nenhum desses avanços têm sentido se perdermos o essencial: o compromisso e o desejo de fazer as pessoas sorrirem mais e melhor.

Assim como setembro sempre será tempo de celebrar as tradições gaúchas, nossa equipe clínica permanecerá se dedicando à imutável necessidade humana de sorrir com confiança. E, nos dois casos, a tecnologia será sempre uma aliada.